sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

As quatro velas

As quatro velas queimavam lentamente.

O ambiente estava tão silencioso que se podia ouvir o diálogo que mantinham.

A primeira disse: - eu sou a Paz!
Sou peregrina pelas estradas do sentimento e busco morada no coração dos homens. Viajo pelos campos devastados pelas guerras e canto a minha canção aos ouvido dos que ainda persistem nas batalhas cruéis. Penetro nos lares e espalho o perfume da minha presença. Devo admitir que, apesar da minha luz, as pessoas não têm conseguido me manter acesa.

E, diminuindo sua chama, devagarinho, a PAZ apagou-se totalmente.

Disse a segunda: - eu me chamo !
Tenho me sentido inútil entre os homens. Eles se encontram cheios de tanta tecnologia e conquistas, que não me escutam. Não querem saber das verdades espirituais. Insistentemente, tenho batido às portas da razão humana, demonstrando que, sem minha luz, logo, logo cairão em trevas densas e sofridas. Porque eu sou a chama que se apresenta quando o desengano aparece. Sou a luz que brilha na noite da desilusão. Sou a companheira dos que padecem males sem conta. Mas, como tenho sido desprezada, não faz sentido eu continuar acesa.

Ao terminar sua fala, um vento bateu levemente na FÉ e ela se apagou.
Rápida e triste a terceira vela se manifestou: - eu sou o Amor!
Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, porque tudo é mais importante do que eu: a carreira, os prazeres, as coisas materiais. Os homens só conseguem enxergar a si próprios, esquecendo-se até dos que estão à sua volta.

Dito isto, o AMOR recolheu a sua chama e se apagou.

De repente...
Entrou uma criança e viu as três velas apagadas.
- O que é isto? Vocês deviam queimar-se e estarem acesas até o fim. E, dizendo isto, começou a chorar.

Então a quarta vela falou:- não tenhas medo menino,
enquanto eu tiver fogo podemos acender as outras velas,
Eu sou a Esperança!!

O menino com os olhos brilhantes, pegou a vela que restava...
E acendeu todas as outras...

QUE A VELA DA ESPERANÇA NUNCA SE APAGUE DENTRO DE NÓS...



“Milhares de velas podem ser acesas de uma única vela e a vida da vela não será encurtada. Felicidade nunca diminui ao ser compartilhada”

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal? (Uma reflexão de Rubem Alves)

“… Natal me deixa triste. Porque, por mais que o procure, não o encontro. Natal é uma celebração. As celebrações acontecem para trazer do esquecimento uma coisa querida que aconteceu no passado. A celebração deve ser semelhante à coisa celebrada. Não posso celebrar a vida de Gandhi com um churrasco. Ele era vegetariano, amava os animais. Uma celebração de Gandhi teria de ser feita com verduras, água, leite e um falar baixo. Mais a leitura de alguns textos que ele deixou escritos. Assim Gandhi se tornaria um dos hóspedes da celebração.

Agora, um visitante de outro planeta que nada soubesse das nossas tradições, se ele comparecesse às festas de Natal, sem que nenhuma explicação lhe fosse dada, ele concluiria que o objeto da celebração deveria ser um glutão, amante das carnes, bebidas, do estômago cheio, das conversas em voz alta, do desperdício. Nossas celebrações de Natal são como as cascas de cigarra agarradas às árvores. Cascas vazias, das quais a vida se foi. Se perguntar às crianças o que é que está sendo celebrado, eles não saberão o que dizer. Dirão que o Natal é dia do Papai Noel, um velho barrigudo de barbas brancas amante do desperdício, que enche os ricos de presentes e deixa os pobres sem nada.

… Pois é certo que as celebrações do Natal são orgias de ricos, celebrações do desperdício e lixo. Celebrações do lixo? Aquelas pilhas de papel de presente colorido em que vieram embrulhados os presentes, não são elas essenciais às celebrações? Rasgados, amassados, embolados num canto. Irão para o lixo. Quantas árvores tiveram de ser cortadas para que aqueles papéis fossem feitos. Para quê? Para nada. A indiferença com que tratamos o papel de presentes é uma manifestação da indiferança com que tratamos a nossa Terra.

Estou convidando meus amigos para uma celebração de Natal. Ela deverá imitar a ceia que José e Maria tiveram naquela noite: velas acesas, um pedaço de pão velho, vinho, um pedaço de queijo, algumas frutas secas. À volta de um prato de sopa de fubá – comida de pobre –, tentaremos reconstruir na imaginação aquela cena mansa na estrebaria, um nenezinho deitado numa manjedoura, uma estrela estranha nos céus, os campos iluminados pelos vaga-lumes. E ouviremos as velhas canções de Natal, e leremos poemas, e rezaremos em silêncio. Rezaremos pela nossa Terra, que está sendo destruída pelo mesmo espírito que preside nossas orgias natalinas…”



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Lenda Chinesa


Uma lenda chinesa conseguiu explicar de uma maneira bonita e muito convincente:
Os polegares representam os pais. Os indicadores representam teus irmãos e amigos.
O dedo médio representa a você mesmo. O dedo anelar (quarto dedo) representa o seu cônjuge. O dedo mindinho representa seus filhos. Agora junte suas mãos palma com palma, depois, une os dedos médios de forma que fiquem apontando a você mesmo, como na imagem….
Agora tenta separar de forma paralela seus polegares (representam seus pais) você vai notar que eles se separam porque seus pais não estão destinados a viver com você até o dia da sua morte, una os dedos novamente.
Agora tenta separar igualmente os dedos indicadores (representam seus irmãos e amigos), você vai notar que também se separam porque eles se vão, e tem destinos diferentes como se casar e ter filhos.
Tente agora separar da mesma forma os dedos mindinhos (representam seus filhos) estes também se abrem porque seus filhos crescem e quando já não precisam mais de nós se vão, una os dedos novamente.
Finalmente, tente separar seus dedos anelares (o quarto dedo que representa seu cônjuge) e você vai se surpreender ao ver que simplesmente não consegue separá-los.
Isto se deve ao fato de que um casal está destinado a estar unido até o último dia da sua vida, e é por isso que o anel se usa neste dedo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A caixinha dourada

Uma linda história em homenagem ao mês do Natal:


Algum tempo atrás, um homem repreendeu sua filha por desperdiçar um rolo de papel dourado. O dinheiro estava escasso e o homem ficou incomodado ao ver a menina envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado e caro.

Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menina levou a caixinha para seu pai e disse:
— Isto é para você, paizinho!

Ele se sentiu envergonhado, mas voltou a falar quando viu que a caixa estava vazia:
— Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro?

A menina olhou para o pai e disse:
— Oh, paizinho! A caixa não está vazia. Eu soprei beijos dentro. Todos para você.

Dizem que o homem guardou a caixinha dourada ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, chateado, ele tomava da caixinha um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.