sábado, 23 de julho de 2011

DROGAS - A falsa realidade

Há tempos eu estava querendo escrever algum post relacionado ao uso de drogas. Hoje, ao me deparar com toda a repercussão a respeito da morte da artista Amy Winehouse (http://www.gazetadopovo.com.br/gente/conteudo.phtml?tl=1&id=1150356&tit=Corpo-de-Amy-Winehouse-passara-por-autopsia-neste-domingo) me inspirei para refletir um pouco sobre o porquê as drogas envolvem tanto os seres humanos.
Certa vez um colega de faculdade me perguntou: ``Por que as pessoas se tornam dependentes químicas``?
E eu respondi: ``O desconforto da alma destas pessoas é suprido momentaneamente por uma aparente solução e que traz a sensação de um falso equilíbrio``.



Explicando um pouco mais...
A pessoa busca na droga o preenchimento daquilo que está faltando, busca sensações boas e em um primeiro momento ela encontrará, sem dúvidas. Esse ponto é muito interessante, pois me faz lembrar o quanto alguns pais educam seus filhos dizendo: Filho, nunca use drogas, é horrível! Porém, quando o filho experimenta, esse comentário deixa de fazer sentido e vem aquele pensamento: Meus pais não sabem o que dizem, afinal de contas isso aqui é muito bom! Juntando isso com a auto-afirmação e a (re)formação de identidade do público jovem (maior alvo)... Já podemos imaginar os resultados...
Lógico que existem várias causas para as pessoas buscarem o uso de drogas – para esquecer-se das frustrações, falta de atenção, excesso de atenção, para ser aceito pelo grupo, para sentir-se mais desinibido, para sentir-se menos agitado, ou ainda, para permitir o acesso ao mundo que sua consciência desconhece.
Uau! Stick to the point! Permitir o acesso ao mundo que a consciência desconhece, ou até mesmo que ela foge.
Em certos momentos existem forças que dominam (desejos), inconscientes, e que necessitam vir à tona. Aos que não têm estrutura para entrar em contato com esses conteúdos, a droga é uma ótima solução. Quando digo droga me refiro desde drogas lícitas (remédios, cigarros e álcool) a ilícitas (crack, oxxy, maconha, cocaína, etc.).
Bom se apenas aparecessem os conteúdos, mas não é assim. Eles sempre são moldados de acordo com as nossas projeções. E aí o buraco é mais em baixo... O mundo das fantasias não será suprido 100% na realidade. É um mundo interessante e perigoso, uma vez em contato com ele não tem mais volta. Por isso, é muito importante o acompanhamento de profissionais especializados nessa fase.
Eu poderia explanar esse assunto por páginas e páginas, mas seria um post pesado e consequentemente poderia tornar-se chato para um blog.
Aos que têm dúvidas sobre o tema Drogadição, principalmente pais que estão educando seus filhos, fica a dica: A primeira coisa é buscar o conhecimento (saber qual é a diferença das drogas, modo de uso, efeitos) e depois, não menos importante, dialogar SEMPRE com os filhos, dar abertura para o que for preciso!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O MITO DE PANDORA

Prometeu, deus cujo nome em grego significa "aquele que vê o futuro", doou aos homens o fogo e as técnicas para acendê-lo e mantê-lo. Zeus, o soberano dos deuses, se enfureceu com esse ato, porque o segredo do fogo deveria ser mantido entre os deuses. Por isso, ordenou a Hefesto [1], que criasse uma mulher que fosse perfeita, e que a apresentasse à assembléia dos deuses. Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, vestiu essa mulher com uma roupa branquíssima e adornou-lhe a cabeça com uma guirlanda de flores, montada sobre uma coroa de ouro. Hefesto a conduziu pessoalmente aos deuses, e todos ficaram admirados; cada um lhe deu um dom particular:

  • Atena lhe ensinou as artes que convêm ao seu sexo, como a arte de tecer;
  • Afrodite lhe deu o encanto, que despertaria o desejo dos homens; 
  • As Cárites, deusas da beleza, e a deusa da persuasão ornaram seu pescoço com colares de ouro;
  • Hermes, o mensageiro dos deuses, lhe concedeu a capacidade de falar, juntamente com a arte de seduzir os corações por meio de discursos insinuantes.
  • Depois que todos os deuses lhe deram seus presentes, ela recebeu o nome de Pandora, que em grego quer dizer "todos os dons".
Finalmente, Zeus lhe entregou uma caixa bem fechada, e ordenou que ela a levasse como presente a Prometeu. Entretanto, ele não quis receber nem Pandora, nem a caixa, e recomendou a seu irmão, Epimeteu, que também não aceitasse nada vindo de Zeus. Epimeteu, cujo nome significa "aquele que reflete tarde demais", ficou encantado com a beleza de Pandora e a tomou como esposa.

A caixa de Pandora foi então aberta e de lá escaparam a Senilidade, a Insanidade, a Doença, a Inveja, a Paixão, o Vício, a Praga, a Fome e todos os outros males, que se espalharam pelo mundo e tomaram miserável a existência dos homens a partir de então Epimeteu tentou fechá-la, mas só restou dentro a Esperança, uma criatura alada que estava preste a voar, mas que ficou aprisionada na caixa [...] e é graças a ela que os homens conseguem enfrentar todos os males e não desistem de viver.


NOTAS:
[1] deus do fogo e das habilidades técnicas

Fonte: http://jaueras.blogspot.com/2009/12/o-mito-de-pandora.html

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um pouco de Cecília Meireles...

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.


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Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desejar não é Querer?

Você quer o que deseja ou deseja o que você quer?
E se eu contar para você que uma coisa é MUITO diferente da outra, diria que é possível?
Bom, para começar a falar sobre este tema acho fundamental explicar a etimologia das duas palavras em questão. Querer tem um significado simples e objetivo, vem da palavra ‘’querere’’ que significa procurar. Já a palavra Desejar, tem uma origem mais complexa, e para entendê-la é necessário explicar antes o significado de ''desejo'', cuja palavra é de origem latina. Presente nas outras línguas como deseo, do espanhol; desire, do inglês; ou désir, do francês; “desejo” é uma derivação de desiderio, do italiano. O prefixo ‘’de’’ tem a conotação de movimentos de cima para baixo, e o outro pedaço da palavra que é “sidĕrĭvm”, em latim, significa estrela, astro, corpo celeste, e é base para palavras como ''(espaço) sideral”.

Com isso, entende-se que o significado de desejo é metafórico e consequentemente bastante simbólico, onde se juntando a queda com o astro, forma-se um fenômeno da natureza – a estrela cadente. E ainda um pouco mais além, Desejar = desejo + ar, pressupõe-se que é dar vida ao desejo.
Isto posto (e que trabalho para colocá-lo), presume-se que desejar é muito mais profundo que querer. O desejo envolve o inconsciente, o não dito, aquele que guia, mas que não o vemos, um farol que nem sempre é percebido. Enquanto que, querer é consciente, é mais comum do que o pensar. É simplesmente, ter vontade de algo para suprir o querer. Conceito mais superficial e de solução simples e eficaz (aparentemente).
Para melhor entendimento gostaria de exemplificar... Existem pessoas que almejam e desejam o poder. Conheci um homem que tinha como seu objetivo ser o gerente de uma empresa. Sem pensar nas conseqüências para si, e de suas reais competências, alcançou o cargo. Como era muito competente, o desenvolveu com sabedoria, mas sem aquele algo a mais – denominado por alguns de ‘’tesão’’. Ao se deparar com o cotidiano percebeu que aquela posição era a que ele queria, porém não era o que desejava para si. As atividades simplesmente não o satisfaziam, uma vez a vontade alcançada, não tinha mais com o que se alimentar e fazer o motor funcionar diariamente. E assim, sua insatisfação começou a se manifestar através das doenças no corpo,  noites mal dormidas, brigas em casa geradas pelo seu descontentamento profissional, e assim por diante.
Essa é uma dentre milhares de histórias de humanos descontentes.
Querer é uma criação da consciência, conceito simplificado. É um fenômeno que não existe entre os animais irracionais. Eles fazem o que realmente sentem vontade. E aqui, brincando um pouco com as palavras, notem que eu escrevi ‘’SENTEM vontade’’ e não ‘’TÊM vontade’’. Desejar está ligado ao sentir, enquanto que o ter está ligado ao querer. Por isso, se fala tanto que o importante é o ser (a essência) e não o ter.
Digo e repito, não existem fórmulas mágicas. Às vezes é preciso viver o sofrimento, o período de casulo, para então se conhecer, se libertar e criar asas.
Volto a perguntar: aquilo que você quer é o que realmente você deseja?
E lembre-se, talvez a resposta não seja a melhor forma de responder. Muitas vezes a verdadeira resposta provém da dúvida.