sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Não Dito

Fulano partiu, sicrano foi mandado embora, beltrano foi o escolhido, este não serve, aquele é bom, isso eu quero e aquilo não mais.
Será possível explicar o porquê as pessoas não conseguem ser 100% assertivas em suas explicações para os fatos acima?
A cada dia vejo o quanto o ‘’não dito’’ acaba sendo tão - se não o mais - importante quanto o dito.
Cada ser humano tem a sua forma de funcionar, uns têm a racionalização com mais freqüência, quando estão diante de um fato logo explicam o porquê daquele fato. Alguns já preferem conferir o fato, sentir, tocar, pesquisar, cheirar, ouvir e então dar sua opinião. Já outros preferem intuir sobre, seguem a sua imaginação para pensar e definir algo. Outros agem por impulso, pelo lado emocional e se abatem conforme os seus sentimentos.
A teoria acima pode ser explicada através das funções básicas da personalidade humana, descrita respectivamente por Jung: Pensamento, Sensação, Intuição e Sentimento.


Mas em todos os fatos na vida existem aspectos considerados não ditos. É simplesmente impossível descobrir, sentir, ouvir, pensar e saber tudo! Se alguém acredita que sabe tudo nessa vida, com certeza sofrerá uma frustração enorme nos seus dias.
E aqui fica o desafio - Sempre além do dito, é preciso saber que existe algo que não é falado, não é empírico e talvez nunca seja.
O receber é tão importante quanto dar, e ouvir quanto falar.
Acho interessante que este não dito é o que gera o conflito com a parte sombria de cada ser humano. Normalmente o que não me permito escutar é aquilo que mais preciso escutar.
Todos os exageros têm um pedido de socorro no fundo, gritando por equilíbrio.

‘’Só sei que nada sei’’ (Sócrates)

2 comentários:

  1. O silêncio da voz não esconde o grito profundo que as pessoas manifestam em seu corpo, seus atos, seu olhar sobre o outro e as coisas.
    Ouço tanto falar do "não dito que tem que ser entendido", isto nas corporações é uma lei dura, requisito onde a não escrita provoca subidas e descidas, amizades y inimizades, que na maioria das vezes começam em um processo de fantasia.
    Ouvir por completo, é hoje uma necessidade de sobrevivência, seja no profissional ou no pessoal, porem aprender o minimo necessário desta "lingua" é dia a dia um desafio quase desumano.

    Parabéns pela reflexão.

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  2. Talvez por não estar escrito em livros ou bulas de remédio, o controle das entrelinhas se torne uma "arte". O raciocínio, a meu ver, é cada vez mais necessário. Se você não pensar por si mesmo, terá uma tv, um político ou uma vizinha, todos prontos para dizer o que você deve fazer.

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