E assim segue o dia-a-dia, a humanidade, o pensamento cíclico e os hábitos quase que imutáveis. Às vezes me pego pensando o quanto ingrata é a profissão do Psicólogo. Porém, como acredito que tudo na vida tem uma polaridade, percebo (e ainda mais satisfeita) o quanto é nobre o trabalho de ampliar a percepção das pessoas.
É inevitável se deparar com a expectativa e com a imaginação que nossa mente cria diante dos fatos. Aqui não faltariam exemplos para especificar isso, seja o novo emprego, a notícia que saiu no jornal, o seu colega de trabalho, o professor, o vizinho, o novo relacionamento, o antigo relacionamento... Para todos esses fatos e personagens a mente criará um pré-conceito.
Pode ser que seja algo que a mente produziu, reproduziu, ou o que é mais comum, o pensamento que surgiu e foi produto de um Modelo Mental.
O Modelo Mental, segundo a psicóloga Susan Carey ‘’[...] representa o processo de pensamento de uma pessoa para como algo funciona (entendimento do mundo externo/o redor). É baseado em fatos incompletos, experiências passadas e até mesmo percepções intuitivas. Ajuda a moldar ações e comportamentos, influencia o que será considerado mais relevante em situações complexas e define como indivíduos confrontam e resolvem problemas. ’’
E aí surge o desafio, como ampliar essa percepção? Situação essa que precisa começar de um primeiro passo que parece ser simples. A admissão e o reconhecimento destes pensamentos.
O primeiro passo é aceitar. Não é a toa que nas reuniões dos Alcoólicos Anônimos (AA) o primeiro dos 12 passos é: ‘’Admitimos que somos impotentes perantes o álcool’’.
Este passo significa – vamos derrubar a primeira barreira, o orgulho, abraçar o lado frágil, permitir que ele se manifeste e que a porta para o encontro com os sentimentos seja aberta.
Não é preciso ser um membro do AA para perceber que esta prática deveria ser adotada no dia-a-dia diante das dificuldades. E o que acontece atualmente, é que a sociedade não admite que as pessoas tenham dificuldades. O que se vê hoje é a divulgação de manuais para driblar as dificuldades e sair por cima. E será que se encerra assim mesmo?
Será que o driblar não poder ser tido também como uma fuga dos próprios sentimentos em prol do que a ‘’maioria’’ acha o certo?
Encerro esta reflexão com as palavras sábias da oração da Serenidade. Independente de qualquer crença e ensinamento creio que todas as religiões têm ensinamentos importantes para nós humanos.
‘’Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E Sabedoria para distinguir umas das outras.’’
Grande desafio o de mudar os modelos mentais. A reinvençào pessoal começa por uma nova percepçào de si e do mundo. Independentemente do tamanho,qualquer avanço abre novas perspectivas....um novo jeito de SER. Um abrAÇO nIC
ResponderExcluirLindo texto, é vdd...nossos modelos mentais muitas vezes estão enraizados, e precisamos oxigená-los para buscar e perceber novos horizontes, parabéns!
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