domingo, 14 de julho de 2013

O Despertar do Feminino - 1

A minha nova proposta para a próxima série deste blog é trazer aspectos sobre a psique feminina. 

Infelizmente, no Ocidente muitas discussões sobre esse tema não são atrativas, simplesmente por não terem espaço para existir. Que tal quebrarmos este tabu e olhar a existência feminina por outro ângulo?

O texto abaixo é de Rosane Volpatto:

A negligência do aspecto interior tem levado, particularmente as mulheres, a certa falsificação de seus valores existenciais. Hoje em dia, o sucesso ou o fracasso da vida de uma mulher não é mais julgado como antigamente pelo critério exclusivo do casamento. A sua adaptação à vida agora, pode ser feita de diversas maneiras, cada uma das quais, oferecendo alguma oportunidade para resolver problemas, sejam de trabalho, de relações sociais ou necessidades emocionais.

O maior problema, observado em nossos dias é que no mundo ocidental se dá ênfase especial aos valores externos e isso tem a justa medida à natureza do homem e não da mulher. O espírito feminino é mais subjetivo, mais relacionado com sentimentos do que com leis ou princípios externos, o que acaba regando conflitos. E a resultante destes conflitos é usualmente mais devastadora para as mulheres do que para os homens.

O despertar das deusas interiores, se faz importante, particularmente para as mulheres, mas não esqueçam os homens que este caráter feminino também lhes é peculiar (anima). A maior razão da seriedade deste tema, refere-se ao recente desenvolvimento do lado masculino da mulher (animus), que tem sido uma característica marcante nestes últimos anos. Este desenvolvimento masculino, está associado às exigências do mundo dos negócios e é até considerado pré-requisito para se ganhar a vida neste mercado tão competitivo. Mas esta mudança, de caráter benéfico na vida profissional das mulheres têm causado alterações profundas na sua relação consigo mesma e com os outros. Este conflito interno estabelecido entre a necessidade de expressa-se através do trabalho como o homem faz e a necessidade interior de viver de acordo com a sua natureza feminina, entraram em "xeque-mate".

Se as mulheres (homens também) pretendem ter contato com seu lado feminino perdido, precisa m escolher um caminho que as fará despertar estas deusas adormecidas. Estes mitos e rituais de religiões antigos representam a projeção ingênua de realidades psicológicas. Não são deturpadas pela racionalização, porque em assuntos ligados ao reino do espírito, os povos primitivos e da antiguidade não pensavam, eles somente percebiam, sentiam e intuíam, como de fato ainda fazemos hoje. Consequentemente, estes produtos do inconsciente contêm um material psicológico dos mais puros e que pode ser reunido como formas de conhecimento acerca da realidade subjacente à vida do grupo, tornando-se assim, acessíveis a nós. Pois saibam todos, que quer queiram o não, nós somos geneticamente iguaizinhos aos nossos antepassados.


Jung demonstrou que deuses e rituais representavam a fantasia do grupo e que esse material é interpretado psicologicamente por um método similar ao empregado no estudo dos produtos inconscientes de homens e mulheres a nível individual. E o que se constata, através da história é que mitos e rituais se equivalem, até em detalhes, em culturas de povos bastante separados. Nos levando a concluir, que temas psicológicos gerais são verdadeiros para humanidade como um todo. E, de fato, hoje em dia os sonhos e fantasias das pessoas mostram um caráter generalizado similar, lembrando mitos antigos e primitivos. 


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