quinta-feira, 21 de maio de 2015

Insatisfação



Um vagalume, fazendo piscar sua luzinha ao anoitecer, olhou para o céu e suspirou:

Ah, que mísera criatura que sou, com essa luzinha acende-apaga! Quem dera eu tivesse o brilho fascinante das estrelas!

Mas lá no céu, encontravam-se as estrelas, pensando: Que majestosa é a Lua, brilha soberana e única, enquanto nós, pequenas e infinitas, de tantas que somos, nos confundimos, e qualquer fiapo de nuvem apaga nosso brilho. Como seria bom ser a Lua!

Sozinha no seu posto, entretanto, a Lua se lamentava: Que injusta a Mãe Natureza! Deu a mim essa luz pálida e ao Sol todo o brilho e esplendor! Eu é que merecia ter nascido Sol!



Entrementes, chega a aurora, rompendo as brumas e trazendo o Sol, que suspirou: Ai que dura tarefa a minha! Ter que brilhar o dia inteiro, todos os dias, ser fonte de luz e vida para todas as criaturas! E não posso falhar! Quanto me pesa esse fardo! Ah, Natureza injusta! Por que não fui nascer um simples vagalume?



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