Vivemos mais do que nunca na era do Intelecto, na era da Tecnologia e da Informação. Na teoria, pessoas que são capazes de realizar suas escolhas. Mas que pode não ser bem assim na prática. Me surgiu esse questionamento quando estava estudando sobre Tertuliano e Orígenes no livro Tipos Psicológicos do Jung. Para quem quiser saber mais sobre - http://www.stum.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=07271.
Resumindo, os dois foram padres na época da Idade Média, onde predominava o Cristianismo. E também predominava a Universalização de crenças e criação de paradigmas sociais. Nesta época se fixava para toda uma história os conceitos de céu, inferno, pecado, diabo e sacrifícios em geral. Tertuliano era um apaixonado, e me refiro aqui a paixão cega. Aquela que domina os pensamentos e sacrifica as demais idéias. Ele era a favor do sacrifício intelectual (sacrificius intellectus) para dedicar-se a uma crença específica. Ele foi um dos mentores da Santa Inquisição. Já Orígenes, outro padre da época pensava o oposto (novamente a questão dos opostos que equilibram a humanidade). Para este o pensamento era o primordial, juntar os conhecimentos, sejam eles referentes a Bíblia, filosofia, vida, enfim era o que chamou-se de gnosticismo. É interessante como a sociedade tende ao equilíbrio sempre. Nesta situação, quando uma idéia predominava e ‘’cegava’’ a população, surgiam questionamentos que faziam com que não fosse possível esta dominação. Esta é uma situação que tende a gerar uma mudança, mesmo que seja através de dor e sofrimento, como é a história que seguiu-se desta.
E aí surge o questionamento... Por qual viés as empresas de hoje estão seguindo? Em uma visão rígida e histórica, ou uma visão inovadora e empreendedora? Ou serão as duas?
Vejo que essa dualidade permanece e é necessária no mundo organizacional. Para poder se diferenciar é preciso que exista um modelo pré-existente. Existem organizações hoje que são altamente pragmáticas, rígidas e perfeccionistas, onde é preciso que a pessoa pense exatamente como os valores da mesma e se não pensar como tal, a porta da rua é serventia da casa. Já outras empresas (poucas ainda) valorizam o pensar, a inovação, a imaginação como um espaço de liberdade e criação. Inclusive estimulam o funcionário a pensar e produzir idéias novas.
Aí existe também um porém, quando falamos de organizações falamos de pessoas! E portanto, não existe como paradoxizar todos os seres humanos ou toda uma organização. É necessário que exista a diferença para que as pessoas escolham aquelas com as quais se identificam (e aí o buraco é mais embaixo, será que as pessoas sabem com que tipo de organização se identificam? Será que as organizações estão cientes de suas culturas e do que estão oferecendo e buscando para si?)
Desta forma, precisam existir os diversos tipos de organizações. Indo mais além um pouco, acredito que esta dualidade possa existir dentro de uma organização. Pois, se ela é totalmente ‘’tertuliana’’, rígida, ela não sobrevive com a concorrência. E se ela é totalmente ‘’originiana’’ não existirá o foco e o respeito em tudo aquilo que antecedeu na história da mesma. Portanto, é necessário a dualidade para a sobrevivência. Vejo que precisa existir aquele setor quadrado que não pode realizar as mudanças contínuas, que cada alteração na estrutura deve ser bem pensada e planejada, como por exemplo, em um setor financeiro. E os demais setores que precisam da inovação e das mudanças diárias para manter e atrair os clientes.
E esta é a vida, seja nas organizações, na vida pessoal, não existe um manual. Existe o conhecer, o pensar, o refletir e principalmente saber/descobrir o que se quer!
Por isso é tão importante para uma organização que todos os funcionários estejam cientes sobre as políticas, valores, missão e visão. É preciso que eles conheçam a empresa e se conheçam para saber se os ‘’quereres’’ estão de comum acordo.
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