sábado, 2 de abril de 2011

Vida

Grandes pensadores da história da humanidade já tentaram explicar o que acontece com o ser humano durante a vida. O que nos move? Por que estamos aqui? Por que existe o sofrimento, a morte, o amor? Da onde vem o desejo de poder? De querer até mesmo ensinar a outro ser humano como se de viver?
É hipócrita pensar que existem pessoas que acham que devem ensinar o que se deve ou não fazer a outras. Inclusive se perfazem de prévios conceitos existes de vida para julgar as atitudes alheias. Quem inventou o certo e o errado?
Para Schopenhauer, os seres humanos vivem porque sentem vontade. E essa vontade é vivida através das representações. Além de Schopenhauer, muitos outros tentaram explicar as origens dos sentimentos para justificar nossos comportamentos, Locke com suas teorias empíricas, Freud com sua teoria do desejo e do inconsciente, Skinner com a teoria da aprendizagem comportamental, e assim por diante. Na humanidade sempre existiram os seres pensantes, os ignorantes e os aproveitadores. Os últimos usufruindo dos primeiros para dominar os segundos. Foi assim com o imperialismo, clero, burguesia, iluminismo e o que vemos hoje com a política. A tentativa da massificação e dominação.
O espaço muda, mas a essência não.
Antigamente as pessoas tinham objetivos claros, seja para lutar pela liberdade de expressão, para esclarecer os comportamentos da humanidade, para poder escolher livremente um parceiro, para fugir de uma sociedade repressora, de um ditador ou qualquer outra prisão social. Existia um valor, uma fantasia e um desejo do que viria depois.
Hoje o que vemos na humanidade são vidas sem objetivos. Essa fantasia do que vem depois não existe, pois hoje se tem tudo facilmente. Assim como vem fácil, vai fácil. O mundo está perdendo seus significados. As relações estão líquidas, pois se pensa que a próxima relação será sempre a melhor - É engraçado, porque falando essa frase me veio na cabeça a famosa frase de Enzo Ferrari quando lhe perguntaram qual é a melhor carro na opinião dele, e ele disse: “É a próxima Ferrari”. Não só no contexto organizacional (que seria um ótimo motivador) mas na vida pessoal as pessoas estão ansiosas para o que virá e pouco aproveitando o que existe.
A riqueza está no hoje, no que somos e não no que temos. De que adiante o “ter” se a pessoa não sabe qual é o sentido do “ser”? Ela nunca irá se contentar tenha o que tiver.
É de se pensar aonde vai parar essa geração delivery que tende a viver em famílias mosaico, desestruturadas, sem papéis, e com relações supérfluas sem significados.
Mas de que adianta refletir se isso que vivemos hoje é certo ou errado? Ou mesmo julgar as novas constituições de famílias e relacionamentos?
Felizes os que não pensam e conseguem se contentar na "fantasia desta realidade”.
Ah se Schopenhauer estivesse vivo para ver as representações dos seres humanos de hoje...

"Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência"  - Arthur Schopenhauer

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